terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Só há caminho se há sentido


O mundo desilude,
na medida em que me iludo
Tenho sensações buscadas
nas quais sinto a irreal satisfação
das contradições.
Aqui, nos momentos em que como
respostas mal digeridas,
Faço horas passadas do avesso,
Sou sala para amores que são,
do avesso, mal passados.
Do amor é que tomo impulso...
Dessa dor, amanheço meus dias
Consigo ainda achar sentido,
mesmo quando me pergunto
onde depositar sentidos perdidos.
Os outros, sei bem,
lançam seus sentidos ao futuro
Esse presente distante.
O meu presente...
Este também é agora passado,
vez ou outra, mal passado.
Onde sintetizarei meus valores,
meus amores e algumas dores?
Vou-me instituindo até onde der.
E entendendo a quem deixa de ir,
pois se há algo que não faz sentido
é seguir sem o principal impulso.





quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Às belas almas

As melhores almas são sensíveis.
Talvez não sintam-se em paz.
As melhores almas
moram em pessoas lindas,
Estão inquietas
Os sensíveis permitem-se
em alguma liberdade
respirar em suas prisões,
gritam e alcançam.
Não o imaginado ideal,
Mas o alimentado conhecimento.
As bonitas almas conheço e desconheço
São transparentes,
lutam vorazmente.
têm olhos que brilham,
Invadem conformismos
São capazes de amar
e odiar pelo avesso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Abrigo-te em saudades


Eis que uma dor cheia de tentáculos de luz

Me envolve ardentemente
Enquanto o grito dos meus olhos 
molham lembranças que ardem de
forma tão doce e tão vazia!
A dor que agora me toma
é a unica forma de tê-lo em mente.
Esta que já não me tem como fui!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Interpretação

Palavras podem fluir como águas delicadas e ainda serem interpretadas como pedras!

Não sendo


Quando vi, estava despetalada
Parte da minha alma.
Estava despida das palavras
Eu que...
Desarrumada da cabeça
Desenfreada de sentir
Dissentida de mim.
Nunca antes havia sido
Fuga de intensidade.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Poema meu




Tenho um poema
Ele diz ser poeta
Mas é poema
Disse-me que sou poesia
Aí, escrita por ele,
Que é poema meu...
Escravo-me, 
embriago-me
enlouqueço-me, 
afogo-me
escrevendo-me em poesias.
Escrevo-nos em fantasias.

Keya

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Cheiro de queda



Caindo de sono
Caída em sonhos
De pesos, pesadelos
Caída de amor
Rosas caídas
Seus belos cheiros
Ficam espinhos
Exalam amor
Caio em receio
Com medo vou
Corro, volto e
Caio em desejos
Em teus braços,
teu caminho, meu amor.
Que perfeição a combinação
espinho-flor
Delicadeza suportada
Perfume lançado no amar
Queda querida pela dor

sábado, 24 de outubro de 2015

Meu caminho

O silêncio se faz ao final de cada dia
Percebo incertezas dentro de mim
Vontades alimentadas pelo que escrevo
Lagrimas entre sensações de vazio
Incertezas tão necessárias
Pra escrever meu caminho
Que de tão intenso,
me falta as vezes o sorriso
Mas trago entre dúvidas
a vontade de existir
Aconteço em cada ação
pra sentir a vida, que por ser
tão curta é também bela.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nós



Você é você
Eu sou eu
Por isso nos encontramos
E se por acaso desencontrarmos
Ainda será porque
Você é você e 
Eu sou eu

{Inspirada em Perls}

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Silêncio de si

Se puderes prestar atenção ao silêncio
Não deixe passar de ti essa grandeza
Não te desatente
O silêncio é o melhor de si
Sem este contato não poderia
notar o perfume das flores
Não teria brilho nos olhos
Não caberia beleza na poesia
Não fariam sentido os amores
Sossegue o que é melhor em si
Essa calmaria é que traz encanto
Fique consigo mesmo por enquanto
É este o melhor lugar
É a melhor harmonia 
de todos os cantos 



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Lágrima poética

O choro segurado ao me virar as costas
Me veio a derramar em alguns momentos
Estes dias em busca de desistir
Me levaram a fadiga do peso de sentir

O mesmo abraço que me envolve
Estará a encontrar outros olhos?
Bem me disseram pra
tomar cuidado com estas profundezas

"É perigoso menina... Há perigo na poesia"
O quanto derramo no que escrevo
O quanto choro quando não vou
O quanto você se derrama pra longe...

O silêncio que li em tua poesia
Esta faca que me atormenta em distância
Me sufoca de não poder dizer
Me contentando com o tanto que nem tenho de ti
O quanto nem sei se somos.

sábado, 10 de outubro de 2015

Porque vi teus olhos

Antes de ver teu corpo te vi,
vi teus olhos, que concentrados
nos meus mostraram-me:
O homem de força e delicadeza

Profundo oceano que me envolve
Até mesmo quando distante
Pouco e tanto importa o tempo
Importa o quanto podemos
alcançar

Mas não esse tempo
que parece por vezes assustar
Porque o corpo transformado
pelas longas horas não se compara
E nem mesmo faz sentido
Sem o que vem de dentro dos olhos


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sentir humano

Como pode uma peça tão delicada 
como a que somos, 
fazer diferenças tão significativas 
na vida do outro? 
Num movimento que se chama vida, 
somos para espelhos vitais uma chave 
chamada até mesmo: cura. 
Ao tocar alguém com palavras,
é preciso deixar de lado hematomas 
deixados na alma. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Meu equilíbrio



Equilibro-me nas linhas que escrevo. 
Vez ou outra com as pernas bambas, 
não pela delicadeza das linhas... 
Mas pela doce embriaguez dos 
pensamentos que envolvem você.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Janela do desejo

Olho-te e percebo-me em chamas
Chamo-te com o movimento da boca
Amo-te quando meu corpo
fala-te do que sinto
Aceno e volto a ver-te
Em imagens registradas
Ou até mesmo em minhas linhas
E sinto cada vez mais vontade de você

Olhares ao redor
Agora cercam nossos olhos
Nossas janelas exalando o desejo
E fica no ar essa beleza
Querendo ser captada

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Escrever dói

Sentimentalidade de quinta



Hoje acordei com mais sono
Menos pose, mas em mim
Direcionada a rotina fui andando
Num banho gelado despertando
Enquanto vestia-me 
via no espelho alguns medos 

Durante o café vi meus segredos
Nos meus segredos: você
No canto dos pássaros 
Começava a leveza do meu dia 
Junto a toda leveza 
lembranças de você

Inicio de um dia de quinta
Outra vez o medo do espaço 
sempre quase preenchido
Quase nunca percebido
O caminho, o trabalho...
Entre compromissos: o café
Entre mensagens recebidas: você

Equilibro meu dia na tentativa
De sentir por perto a sua leveza 
Busco em você 
não o preenchimento....
Este tenho, penso. 

O que busco sentir 
é conforto na semelhança 
Que temos, que somos
no tempo que temos
Busco teu abraço 
No calor que somos



terça-feira, 29 de setembro de 2015

Linhas que nos cabem

Me chamou e fui
No caminho que 
Nos cabe "nús"
Despidos de papeis 

E andando em páginas
Nos abraçamos
Nos envolvemos
Nas linhas delicadas
Fizemos amor.

Linhas escritas 
Fizeram lençóis 
E nús de tanto desejo
Vestimos prazer
Fizemos amor

Escrevi você
Em salientes linhas
Com alguma suavidade
Na espera: Chorei
Na poesia: Me segurei









segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Vontade

Quando olho Pra você
Vejo... você.
Mas não sei o que
Em você, vem
A mim
O que sei é dessa
Vontade de ir passando
por cima das horas.

Quando falo Pra você
Quero dizer mais
Quando digo falta palavra
Deve ser porque essas coisas...
Sentidas coisas... não são coisas
Nem todo dizer consegue
Quando o assunto é sentir

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Você em mim

Lugares onde vou
Me levam a você
Me perco em outras coisas
Meus labirintos...

E quando me encontro 
Você me vem
Toma conta dos meus desejos
Meus pensamentos
Minhas linhas

O simples acordar me causa 
A beleza de começar o dia
Não só pela beleza das coisas 
Que espero..
O riso mais intenso 
Me vem com a lembrança 
de você 

O bom dia mais belo
Sabor de poesia
Como é bonito
Sentir o movimento
Que somos
Quando juntos estamos

Meu corpo pálido
Se arrepia com a voz doce
E firme no ouvido
Sua pele banhada em bronze, 
Me aquece
Registro no espelho um sorriso.



terça-feira, 22 de setembro de 2015

Harmonia sentida


Fui desprendendo de mim
Enquanto andava
em tua direção
Cheguei perto
e me dei conta
de uma força
bem maior que a razão

Por dentro ardia, não por acaso
Não sei por que...
Nem preciso.
Dias depois, você dizia:
"O corpo falando e a cabeça
tentando entender"
A força do desejo
nos envolvia.

De algum "canto",
Das águas azuis
O meu cantar te trazia
E de sereia me chamava
Que bonita e intensa
a nossa harmonia.

Espera

Não espero que cante
Comigo minhas glórias
Não espero que esteja
sempre pronto para mim

Espero que pense
que queira, que venha
Não o quanto quero,
o quanto penso, o quanto
me dou

Mas espero-te
Rever, sentir...
Espero ser o que
Espera e peço ainda:
Não espere!

E serei o quanto sou
E só.
Aí serei o nome
do sonho que busca

Não vamos mais esperar
Me dê a mão (ou não)
Quero teu olhar
Tua boca, teu calor
Sem medo de sonhar

Vestida em linhas

Abri a porta
Tirei os sapatos
Tirei a bolsa,
a blusa, os óculos
Tudo

Peguei papel, caneta
e os óculos.
Me vesti de poesia
investi em linhas
vazias

No chão da sala
Com coisas de mim
Ao redor, tinha luz
refletida

Nos papeis escritos:
Meus dizeres,
Meu desejos
Meus registros
De coisas descabidas
Transbordadas.

Ao meu lado: A taça,
A música,
No rosto a lagrima
Na boca um riso.

Na memória: a voz
Que me arrepia
Me entorpece
Em nostalgia

Na nudez das palavras:
A intensidade pura
da poesia.

Intensos

{Pra você}

Meu intenso
Meu belo poeta
Quando te vejo
Te desejo
Quando te falo
Te quero

E o tempo, esse velho sábio
Quem diria que traria este
Bonito sentir
Poderia eu temê-lo
Pela bagunça das horas

Mas embora o mesmo tempo
Me traga a cruel incerteza
O que não passa é o meu desejo
Do cheiro que vem de ti
Da voz firme e macia

E essa leveza que vejo em você
É o mesmo coração
Que o tempo não lembrou
E que se deixa confessar
na troca do olhar
Não será jamais medido
Destes sentimentos explodidos
O tempo não tem domínio

domingo, 20 de setembro de 2015

Um salve

Sempre sou salva pela música
Pela musica sempre valso
Salve a música
Salve a musa da valsa
Valse uma dança
Salve um pedaço desse mundo

Um talvez

As linhas
Que nem sempre dizem
Diriam tanto
Talvez aos prantos,
Ou aos cantos
Talvez...

Meus olhos dizem
Estes gritam
Quando olham os teus
De cores leves
Que nem sempre
respondem as cores dos meus

Mas sabes de mim
O quanto digo
O quanto sinto
Ao navegar o teu mar

E minha história
Com tanta bagunça
Não aprende a ser lida
Se faz sempre tão profunda
Num breve encontro com a tua

Mas minha intensidade
Tanto implode
De tanto que deseja
Pra não sofrer com
Todo esse talvez.


domingo, 13 de setembro de 2015

Ar de despedida


O fim de tarde 
sempre me atraiu 
Sempre me parece 
que nestas horas delicadas, 
o dia se despede 
disfarçando a tristeza 
de ir...

Estes momentos parecem
deitar-se sobre a humanidade
causando reflexões,
nem sempre tão monótonas, 
nem sempre tão confortáveis

O céu com seu ar suave de luz 
deixa o luar, 
que é Pra sentir que o dia 
não se foi de uma vez, 
pois esqueceu-se de buscar 
qualquer detalhe importante 
e por isso voltará.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O voo é mais bonito

Mas quando você voltar
Não deixe que digam
Deixe-se ir
Deixe que notem
E volte

Quando tiver que ficar
Não pense
Não dispense
O desejo
Venha

Mas se ficar for
prender-se
Seja o que for
O prender-se...
Vá.

Serve

Não é poesia
Mas diz

O caminho de si em nós

Não permita que as nuvens passem 
por você despercebidas
O que delas você guardaria?
O chão que em ondas nem sempre macias
Lhe tocam os pés.
Onde te leva?

A beleza camuflada no tempo
Não é no espelho que se encontra
Não é no que se pensa que tem
A pureza no perfume das flores
O silêncio entre os sonhos da noite
Para o caminho do belo não há endereço
Para encontrar-se a caminho de si
Não há preço.
As nuvens que vê tem a mesma
leveza que transborda o teu olhar
Agora entendo porque todo esse azul
Assim se faz o sentido no quadro
que escolhi admirar
Por onde eu vou,
vejo algo te ti a me acompanhar
O mundo é bonito por existirmos
entre o céu e o mar
E em mim faz-se o encontro
Quando penso em voltar,
Quando desejo ficar
Lotada de amor agarro
A leveza de te abraçar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A paisagem em você

Uma explosão de ser
Rosto em perfeitos traços
Suave expressão
ouço na tua voz
que se aproxima num abraço
Senti...
Notei-me encantada.

Quão incontroláveis são
Os desejos mais intensos,
Os mais bonitos.
Como é voraz o meu querer...

O calor da pele se aproximava
Quando antes do beijo,
nossos olhares cruzaram-se e acordei.
Volto a admirar o quadro
Que de tanta vida expressa poesia

Suave ar, o que te rodeia enquanto
o cigarro se vai.
Minha atenção que dança instável,
Se desloca para outra dimensão
Em meio a tua fala, que me leva.













quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Em manutenção

A vida, em sua beleza,
parece sempre estar a um fio
para tornar-se um peso.

Numa agradável conversa,
foi-me constituída a ideia
de necessária reforma interna
a cada dia.

Amar-se notado

Quando há amor no que fazemos
Torna-se leve o necessário
Barreiras não são notadas,
Pois passam a não mais existir.
Mas somos vida em movimento
E assim como toda forma de amar
Devemos nos manter em manutenção
Nos amar ao acordar;
imagem que se aproxima
do que somos,
Quando notada no espelho.
Não há máscaras, fantasias,
nem pinturas no rosto...
O Canto dos pássaros
avisam que a leveza
nos aguarda.
Ela vem num novo dia
em tantas escolhas
Caminhos duros ou macios
Sorrisos amargos?
Espontâneas gargalhadas
ou nenhuma?
Olhares se cruzando
com um iluminado bom dia.
O amor não estará no que fazemos
Se não o tivermos.
Muito embora, só seja possível notá-lo
Quando nos vemos.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Amor entre barulhos

Nascemos desconhecidos, aprendemos que somos capazes de andar, seguimos passo após passo. Na infância os dias passam devagar, como se a vida adulta morasse em outra história. Mas quando chega a adolescência, quando nos damos conta de que a infância está indo embora... Um tanto astutos e as vezes meio desesperados, começamos a nos procurar. Chegam dias e noites cada vez mais presentes e cada vez mais de perto conseguimos nos sentir. Sentimos então o quanto somos felizes, o quanto somos tristes, o quanto de nós alcançamos e o quanto de nós deixamos no passado. E o passado cada vez mais vestido do que passamos a ser, fica em silêncio e as vezes grita quando se sente somado ao que construímos. E é quando buscamos numa daça (ninguém está olhando), quando sorrimos aos que nos rodeiam, quando abraçamos, quando reencontramos um amigo e conversamos durante horas... Nesses momentos somos o que viemos buscando desde sempre. Entre responsabilidades estabelecidas, entre barulhos do trânsito, noticiários, em meio ao "fetichismo do capitalismo" (diria Marx), e tantas outras máscaras que nos "forçamos" a vestir, no cotidiano, só pra nos dizermos FELIZES, nos esquecendo de detalhes que nos fazem bem. Tão simples seria não ligar ou diminuir as horas em frente a TV, desejar bom dia, abraçar amigos, sorrir de ida e de volta, esclarecer mal entendidos, explicar o que já está bem entendido (olhos nos olhos), buscar as próprias opiniões, respeitar e entender que o outro também tem as suas... Tenho a impressão de que de tanto olharmos o celular enxergamos cada vez mais o próprio nariz. O tempo está correndo e não quero perde-lo arrumando papeis. Quero encontrar tempo onde não tem: Dando meus passos tranquilos em meio as pessoas, perder-me em abraços, cantar pra ver se os males se espantam mesmo (rs). Nisto e em tanto mais está o amor, está o que tivemos quando tudo parecia leve.
Percebo o bem estar na poesia, em perfumes de jardins, em conversas sobre o pensar, em calçadas e praças, nos bons livros, na sobremesa (especialmente quando vem antes do almoço), no amor pelo que faz, prosa com estranhos... O amor está aí.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Imagem escrita

Queria muito ñ escrever mais emoções 
que teimam em escorrer da alma... 
É que escritos são fotografias. 
E nem todas as recordações me causam riso. 
Ah, não! Até o não querer, foi agora registrado. 
Devo então considerar nisto algo de alívio. 
A parte que de mim canta um sorriso rabiscado. 
Levo assim em conta toda a escultura no papel, 
a que parece estatizada. 
E de mim a dor levada, 
mostra apenas e em tanto 
a dor do riso deixando alma lavada.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O amor que te vi

Tão belos olhos
Os que me encorajam,
Quando me vê,
Me vem,
Me chama,
Me ama.

Tão bela a voz,
A que me fala,
Quando me cala,
Me acalma,
Me canta,
Me encanta.

Tão quente a pele
A que me toca,
Me aquece,
Me arrepia,
Me movimenta,

Delicado poeta
De força desconhecida
O que em ti vi
Quase me veio

Sorrisos soltos
Os que te preenchem
Parecem moldar-te
Fuga do que foi dor...

Equilíbrio em ondas
Que te leva a escolher
Olhos distantes
Vozes que enganam.

Tão incerto o tempo
O que te para
O que te leva
O que me deixa.



domingo, 14 de junho de 2015

Em história feliz não cabe mágoa

Não cabe a mim, enquanto escritora da minha história, ficar competindo. 
É infantil. Eu me retiro.
E o que for meu, virá.
Não desejo a quem compete, mal nenhum. 
Desejo-lhe felicidade. 
Busque mesmo, tudo que lhe faz bem, 
que o bem quero para mim também. 
Só não se disponha a fazer o mal,
já que este não quer, não o leve a ninguém.
A minha história se chama vida, 
não tem espaço pra mágoas.

Não somos

Algo que me entristece... esquecemos que a morte chega pra todos,
por vezes nos colocamos no centro da sala da humanidade.
Lá ninguém é abraçado, ninguém é sorriso, ninguém tem nada com isso...
Mas se olharmos aquela multidão
onde mesmo dando uma impressão  de que ali estão todos sozinhos,
é lá que está o amor, a vida, o brilho nos olhos de quem vê (O.O com a alma).
Mesmo com toda bagunça que somos, esse mesclado jeito de guerras e abraços...
Somos humanos esperando por compreensão, enquanto outros humanos nos esperam.
Eu não sou o centro, você não é o centro.

sábado, 13 de junho de 2015

Seu riso

Me peguei rindo, ao lembrar do seu sorriso por algo que nem tinha tanta graça, até você achar.

Cor do Abraço

Admiro olhares que abraçam sentidos
Abraço o que sinto em olhares que brilham
Vejo no abraço a cor do sentido
Luz notada por quem tem
Não apago a minha e sigo
E na cor "luz" é que mora a beleza
Não sentida apenas por quem não
se abraça.




domingo, 7 de junho de 2015

Palavra Avessada

Simplesmente por não bastar viver 
é que tem que ser total querer
Ser e reconhecer-se no que faz.
Amo minhas escolhas.
Em cada caos, sempre há razões
Nunca foi de outro jeito.

Em cada chão haverá caos
E é em mim que me seguro
Porque só eu tenho a minha liberdade
Por acabar sempre preferindo o amor
É que, por vezes, me arrebento,
Mas fico bem no final.


Amo as pessoas, o meu olhar,
Amo o que vejo
E quando não, olho do avesso
Assim é com o a(mar)
Onde me afogo de não respirar.


Amo o barulho (uns mais que outros),
Se necessário ensurdeço
Só pra ouvir o que sinto
amo tudo o que acredito
Afinal sou eu quem sigo.

Admiro o silêncio
Há quem não respeite o meu
Palavra escrita as vezes
Fica mais bonita
Em certos dias, amanheço dela
vestida, como em outros
Durmo dela despida

Sons que inquietam a alma
Me levam a ver mais
E é no sussurrar da alma
que percebo o meu desejo
essa vontade gritante
Do desejo, do movimento...

Gosto do olhar que tem malícia
Isso não é qualquer querer
é a minha sede
Porque não basta viver.
Não quero respostas
quero encontros, saudades
Sentidos que não preenchem,
mas ainda assim transbordam.

Poesia descabida

O mundo é pequeno, meu bem. 
Onde cabe poesia, não cabe 
qualquer querer
Mas guardo ainda versos 
feitos pra você. 
Nas minhas linhas
o teu olhar, teu riso...
Em qualquer espelho
nossa simetria.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Arte destemida

Quando é possível destemer das coisas
É possível enxergar a arte
Aí vem a vida e abraça
E tudo que não é falta fica preenchido
E sempre há quem  note algum vazio
E alguma leveza sempre presente
na poesia, na fala, na falta, no ar...
Alguma arte pra curar esse excesso
de pensar

domingo, 24 de maio de 2015

O próprio abraço

Ela queria naquele momento
O olhar amigo, o amigo
em quem fosse e por mais
longe que estivesse...
Ela só queria o olhar
Ser escutada, percebida.

Um abraço a faria lembrar
da própria existência,
lembraria de alguma importância
que tivesse.
Mas suas palavras passavam
despercebidas, suas lágrimas
em silêncio bebidas

Não era de gritar com a voz
Mas gritou sozinha
Dessa vez gritou... Não
para paredes, mas pra si mesma
Em seguida abraçou-se.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Linhas insuficientes

O que seria do meu sorriso
Se não fosse a dureza do caminho?
O que seria desses meus derramamentos
- sorrisos e lagrimas- se não houvesse
em mim a persistência?

Não me disponho a estas angústias,
ou não deveria...
Me disponho ao encontro do que espero,
quando busco, quando sigo.

Sigo sem nunca sentir preenchimento bastante
Gosto desse quase preenchimento.
Mas transbordo quando sinto esse "quase".
Busco vida e isso é quase o suficiente.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ser e sentir

Agarro-me a mim e a tudo que é sentir
Agarro-me ao que sinto no amor
que inerente a dor, de tanto que traz, 
De tanto que causa... Sou.
Entrego-me fácil quando percebo a beleza
porque é na poesia que me construo
Ninguém falou que poesia não doía
Não é a "não dor" o que espero
Não é o amor na mesma medida
o que espero (nem tem medida).
O que quero enquanto vivo
É o abraço de quem vive,
O amor de quem tem, 

A poesia de quem é.

sábado, 11 de abril de 2015

Viver é poesia


Tenho um mal ou um bem...
Que me inquieta e me preenche
Isso de ver em tudo que faço
alguma poesia

Poetizo-me, mas nunca o suficiente
É belo não ser preenchível
Nestes detalhes sinto minha
vontade de viver,
é assim que aconteço.

Nestas flores, nos olhos de criaturas felinas
Nas intermináveis palavras escritas
Movimentos desde pensamentos
ao envolvimento na dança ou no abraço,
na troca de olhar.

Belas canções ouvidas,figura e fundo,
mensagens de desconhecidos
que pelas ruas são intercruzadas
Abraços assistidos e sentidos olhares

Poesia sentida sem causa
Abraço de causa
Vejo a beleza sempre no que pode ser preenchido
Abraço assim toda poesia que alcanço
Todo sentir pode ser transbordado.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O que é importante?

Quem é você  e quem sou eu?
Que de comum só temos, entre outras coisas,
a fé em Mourão.
Quem somos?
Quem é que sente nossos amores,
que entre tantas dores, prefere as das cores?
Dos olhos, das flores, cantadas luas na noite.
Gente que é linda quando muda,
seja de roupa ou de abraço
algo que não dói é a ternura.
Mudando de geração, de abraço e de mão
Mudamos de choro pra riso,
De conto pra livro
E do choro num mito a gente livra do espelho
uma culpa.
Oferece sorriso
Num olhar o brilho.
Quem é essa gente que de tanto
que volta a si, culpa-se.
Pra esquecer de amar
Com tanto a nos importar...
Olha só no que estamos pensando.

domingo, 29 de março de 2015

Beleza de querer

É quando o entusiasmo mora dos dois lados
Que tudo se faz suave e inteiramente belo.
Percebendo-se distante do que deseja
A beleza de qualquer sentimento passa a buscar-se
em si própria ou se perde.
E é na arte, na poesia e em tudo isso que é vida,
que se encontra o amor.
É tudo que retorna acrescentando
suave intensidade.
O prazer de respirar me traz vida
O sorriso quebra barreiras dessa rotina
que é viver
E é entre esses dias de uma vida inteira que
Moro em mim e onde exista abraço.

domingo, 22 de março de 2015

A mesma coisa não é a mesma


Toda relação é única.
Não é possível que no fim seja a mesma coisa
Nunca é, na verdade, a mesma coisa.
Nem a minha relação comigo,
que sou única, é sempre a mesma.
Não existe a mesma coisa
Pra mim, a coisa nunca é a mesma.
E o mesmo digo pra quem
Diz que tudo e nada dá no mesmo.

terça-feira, 17 de março de 2015

Encanto-me

Onde estava eu que não havia percebido
Minha encantadora presença?
Desta vez me distanciei por demais
Quase esquecendo do quanto me quero
Do quanto me tenho amor.
Não deverei mais maltratar-me
Seja em que sentimento for
Não permito-me mais esta distância
Voltando pra mim é que sinto o quanto
me quero, o quanto ainda posso ter de mim.
Não mais me abandonarei,
Sou este tesão pela vida
Tudo o que desejo alcançar está em mim
As minhas respostas eu tenho
E é isso o que me encanta
Esta capacidade de obter o novo
Isso de conseguir abraçar quem sou
O que posso
Algo intensamente encantador
Que realmente me leva a viajar
É a capacidade de buscar
O que  sofrimento que de mim
E isso, sempre concluo,
é que eu não desista do amor.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Enquanto sou tempo

Me apego facilmente a grandes almas
Almas que tem fome, que tem vida
que sorriem e choram  
Sorrio a quem grita desejo
Almas que matam vontades.

Me agarro a olhares
Que se voltam pra a lua
Ao seu quando me vê sua
Me mantenho levada a movimentos
Tempo transformado em espera
Estranhos momentos

Mergulho na poesia tão nua
Levo-me em sorrisos
Onde não caiba o choro
Causado pelo veneno que escorre
Em pensamentos
acontecidos numa espera

E o tempo que por mim passa enquanto
Sou rua pra não ser laço
Enquanto não passa o tempo
Eu passo, me faço e desfaço
Em bonitos momentos
Escritos pensamentos.




quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Seja de si
Leia-se
Leve-se
Eleve-se
Seja
Envolva-se
Sinta-se
Ame-se
Sorria
Escreva-se
Perca-se
Encontre-se
Viva
Traga-se
Trague-se
Agarre-se
Entregue-se
Devolva-se
Alcance
Comprometa-se
Meta-se
Estranhe-se
Entenda-se
Cante
Encante-se

domingo, 25 de janeiro de 2015

O buraco


Existe em mim algum buraco
Um vazio mesmo
Uma angustia que me sobra
Derramando
Transbordando em lágrimas, risos,
palavras.
Acho que convivo até bem com o meu buraco
acho que é bem importante esse envolvimento
com sentimentos mesmo quando doem.
Não se trata de vazio ou preenchimento.

sábado, 24 de janeiro de 2015


As vezes me pergunto qual o sentido de tudo isso,
Outras vezes me pergunto como saberia o sentido
do que não estou próxima pra sentir.
Outras tantas questiono se tem mesmo que fazer sentido.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Pés no chão


Descalçando a alma.
É como me sinto ao pisar no chão
Que é pra ver se faz sentido sentir
 que nada vai desmoronar
Pois quando permito que todos
os pedaços de sonhos caiam
 sobre minha cabeça,
os pés abandonam o chão.
As palavras, essas chaves que
ficam acima do plano em que agora piso,
escorrem sempre que consigo voar.
Pois é quando viajo que alcanço
o que desejo..
Espere! O mundo não pode desabar!
Pois assim poderíamos
ouvir as palavras nunca ditas
Teríamos novas coisas inteiras,
novos medos.
Vamos pés, alcancem o chão.
Mas não por muito tempo,
É que não quero coisas inteiras.
Já que nada do que é completo existe.
É  quando desabo que me encontro
No momento em que me abraço
é que me sinto
Mas é também na solidão que me vejo
E te vejo.
Na solidão vejo, almejo, alcanço.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Andando em linhas

Ando pensando em linhas.
Estas que fazem caminhos.
Não! Não me refiro ao caminho onde cabem os pés,
Mas sim onde pisa o pensar.
Este faz o caminho onde andam os pés,
Que levados pelas linhas, não as que vestem.
Sim as que conectam a arte de pensar.
Estas nos levam. Eu até consigo voar!
E pensar que quando piso...
Quando piso só, piso porque
nem sempre só, é bom voar.
E já que se trata de elevar...
Mas por onde andam mesmo as linhas?
Até onde vão as linhas?
As escritas, as mal pensadas, remendadas,
rabiscadas... Pra tanto, por nada!
E de de tanta palavra, nem se fala em
contato de olhar.
Ah! Este sim é que escreve o caminho
Inteiro ou não.
É por ali o caminhar, que de tão desalinhado
é capaz de prender e libertar.
Pensamentos que juntos constroem um olhar
Quando um olhar constrói pensamentos.

K.S

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Labirinto

Vejo-me como um labirinto e enquanto ando sempre me perco tentando entender caminhos. E essa é a graça. Busco-me, perco-me e encontro-me, misteriosamente encantada pela vida

domingo, 11 de janeiro de 2015

O que me inspira?

Me inspiro na vida
E também na morte
E entre estas duas, quando
Inteiramente nuas, é claro
Se apresenta o amor.

Ritmo de amar

Estranho é perceber o medo
mesmo querendo ir
Ainda mais estranho
É mesmo com medo não fugir

Correr risco sem saber
no que dará
Engraçado é confundir
felicidade e amar.
Medo no ritmo do coração

Sobre amor penso que
não se tem resposta
Assim também a felicidade...
Mergulho ou orgulho.
Questão de permitir-se ou limitar-se,

Sobre medo, mesmo com ele
Sempre vou.
E sofro, morro,
não volto quase nunca,
sempre sigo,vivo e sobrevivo

Na direção que meus pés vão,
no ritmo do coração.
Estranho confundir amor com
qualquer outra coisa

Se nesse caminho amor é só o amar
E está em coisas que não precisa explicar.
Se cabe ser feliz até num
segundo de solidão em qualquer lugar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Poesia derramada

Olha só meu bem,
derramei um pouco de poesia
No meu café.
De fato, a lágrima molhou
o verso na sua mão.
Mas meu bem,
não é coração sangrando...
É música pelo avesso.
É só o que sinto na contra mão...
Pensamento andando.
Tenho medo de entender
E deixar de ser só o bem
Meu bem, me dê a mão
chore comigo antes
E vamos então morrer de rir.
Vamos morrer de sentir
Tudo que é necessário, sim.

Rabisco Sentido

Rabisco letras pra explicar o que não sai,
o que não digo, o que não canto.
No canto escrevi o que disse,
não na fala, não na poesia.
Foi noutros dias, quando na fantasia,
numa entrelinha lhe sorri.
Agora tem uma dança de letras,
um monte de coisas, uns discos e cartas.
Mas nada inteiro, nada além da taça.
O rabisco sentido do que desejo,
enquanto escrevo não dá pra sentir.
Certeza de tanto, agora busco,
ainda admirando a incerteza.
Intensa sei que é qualquer força de partir.
Por isso sou cheiro de vida, fico em cada instante
Meu peso de luz, leveza e coragem
Em vontade de sorrir
Não quero nunca ser distante
Quando uma porta abrir.