Abri a porta
Tirei os sapatos
Tirei a bolsa,
a blusa, os óculos
Tudo
Peguei papel, caneta
e os óculos.
Me vesti de poesia
investi em linhas
vazias
No chão da sala
Com coisas de mim
Ao redor, tinha luz
refletida
Nos papeis escritos:
Meus dizeres,
Meu desejos
Meus registros
De coisas descabidas
Transbordadas.
Ao meu lado: A taça,
A música,
No rosto a lagrima
Na boca um riso.
Na memória: a voz
Que me arrepia
Me entorpece
Em nostalgia
Na nudez das palavras:
A intensidade pura
da poesia.
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