sábado, 12 de novembro de 2016

Interrogação medida

Olhei ao redor e vi paredes, 
muros pedem limites de espaço
Regras param e pedem a régua, 
medidas tomam palavras
Palavras paradas pedem que pare. 
A expressão não existe se é parada
Parada pede: não vá a curva. 
Na esquina estranhos não falam
Espaços existem... ocupados chãos. 
Pessoas em espaços vazios preenchem
O vazio da fome não, 
A fome preenche de dor. 
Regras pedem: respeite
E não existe o respeito a quem pede. 
Ai de mim se não fossem os meus muros que derrubei, 
ai daquele que não experimenta alguma ousadia. 
Seguir moldado é ir a morte... 
Lei natural ou construção empurrada?
Vá até a palavra não dita, no espaço que não existe.
Ao seu redor o espaço é seu. 
Muros derrubados fazem espaço, 
paredes construídas fazem espaços. 
Construa paredes. 
Espontâneas construções fazem o mundo. 
A comunicação moldada não é espontânea.
Autenticidade existe se tens. 
Ai de mim se não acessasse a arte, 
ai de mim se não pensasse!
Pense na palavra não dita. 
Em cada palavra não dita deve haver alguma interrogação.
Ai de mim se não fosse essa duvida. 
Acesse a palavra dita. Mas o que é?
O que é esse chão? Onde vou, no que construo nesse chão?

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