sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O chão do meu quarto

O chão do meu quarto
Tem um conforto raro
Ao fim do dia
Depois do banho, do café
e da breve prosa

O chão que me espera
E por um momento ao menos
Tenho que me sentar
perto dos livros,
onde toco meu violão.

O chão que suporta tantos anos
Tantas histórias na estante,
a cama, tanto riso, vinho e dor.

Instantes em pensamentos distantes
Tantos anos, barulho, silêncio
Tanto vestir e despir
Tanto chorar, tanto prazer
no que escrevo, no que vejo
no que sou

E meu chão tanto suporta
Enquanto espera a minha volta
de tanta busca por mim.

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