Tão breve costumam ser os momentos mais intensos
Falo não só do arrepio na pele sob o toque das mãos...
Desde então não são as mesmas horas passando,
nem os mesmos caminhos no meu chão.
A pele é fronteira que não separa o encontro de almas
No encontro de olhos é possível a aproximação verídica
No arrepio em silêncio a confirmação do que não é inverossímil
E nosso movimento é uma arte achando certeza em reticências.
Seja o peso da mão que amacia a pele suada,
o som da voz em sussurros flamejantes
ou a dança de movimentos marcando o espaço...
Somos quadro pedindo tinta fixa
ou talvez outra forma de abraço.
O mundo anda panofóbico, um caos!
E o meu mundo, que cabia tanta solidão
é agora preenchido de uma força centrípeta
que depois de algo súbito ficou e mudou o passar das horas.
É que "quases" não costumam ter chão, não são firmes
Como é translúcido o nosso encontro!
Estando em ti noto-me em braços fortes,
não que as pernas não cheguem a tremer...
O futuro não é preciso.
É como dançar na mesa em falso,
mesmo sabendo voar.

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