segunda-feira, 5 de junho de 2017

Luz e sombra de mim

Com sabor de incerta leveza
Sou melancólica
Como o despertar de não se sentir em festa,
mesmo estando em uma.
Porque sou luz e sombra de mim

Me dou o direito de não me sentir
onde de fato não estou.
É meu direito estar em silêncio
Ainda que me encontre em comunicação.

Naquele espelho já fui fuga de mim
Em retratos e poesias busquei ficar,
o que em partes, nunca foi possível.
Nos olhos sim fiquei, mesmo indo.

Olhos dizem o que não cabe no papel
Nos meus tenho universos explodidos
Em cada troca sou potência de contato com o mundo

Troca de palavras impactam
Mas não o quanto olhos o fazem
Troca de suor é ficar na pele
Não o quanto os olhos fixam
Dentro do calar melancólico
Cabe ainda o barulho do olhar
Que se organiza em melodias não escutadas

Keya Souza


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