Luz e sombra de mim
Com sabor de incerta leveza
Sou melancólica
Como o despertar de não se sentir em festa,
mesmo estando em uma.
Porque sou luz e sombra de mim
Me dou o direito de não me sentir
onde de fato não estou.
É meu direito estar em silêncio
Ainda que me encontre em comunicação.
Naquele espelho já fui fuga de mim
Em retratos e poesias busquei ficar,
o que em partes, nunca foi possível.
Nos olhos sim fiquei, mesmo indo.
Olhos dizem o que não cabe no papel
Nos meus tenho universos explodidos
Em cada troca sou potência de contato com o mundo
Troca de palavras impactam
Mas não o quanto olhos o fazem
Troca de suor é ficar na pele
Não o quanto os olhos fixam
Dentro do calar melancólico
Cabe ainda o barulho do olhar
Que se organiza em melodias não escutadas
Keya Souza

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