quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Arte do corpo

O corpo é movimento
Arte de ser e sentir
É casa de contos, causa silêncio
Canta barulho no trânsito
É curva na estrada,
Tem alma, porque é choro e gargalhada.

O corpo é boca que ingere palavras
Desenha o que não diz
É busca por dizer e até sem falar diz
É peito pra guardar, aguarda em
chegadas e despedidas.
Moradia de desejo, faz rir, cala e grita.

O corpo chega e sai.
Tem pelo, pintura, calor
Arrepia em partes quando é fervor
Gera vida
É arte e ardor
Corpo as vezes tem festa;
Loucura, cura...
É arte e faz amor
Tem fuga, tem coragem e medo.

Corpo é mente, tá junto.
Chega longe na medida dos anseios
É solidão e multidão
Tem luz, tem riscos na pele ou não
Mas sempre corre histórias
Faz dança, transa, trança...
Tem voz, tem eu, tem nós.
Abraça o que alcança

Na expressão tem o olhar do  outro
É reflexo da porta que abre
É catarse, sorriso.
Repara traços de marcas
Deixadas por quem o foi sentimento
Corpo tem força e sensibilidade
Adoece com chicotadas da sociedade.

Corpo é notável lugarejo
de quietudes e carnavais
Movimento num mundo de afetos tortos
Arte admirável de acontecer além de fotos.
Hoje pele. Amanhã nada.
Vive o real ou o ilusório.
Vive.

Keya Souza

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