sábado, 4 de junho de 2016

Tinta e tinto

Derreti-me em tinta, 
fui descendo pela caneta
Derreti memórias 
porque enchi-me de você
Desenhei nossos corpos 
sem uma rima cronológica
E bebendo vinho 
tive de volta outros tantos de mim
Aí vi que não passávamos de poesia
No papel, meio tonta,
meia tinta, tanto tinto
Vi seus olhos 
e os meus molhados, sem sorriso ...
Na lembrança 
nossos caminhos mal riscados,
bem vividos... sintonizados pelo acaso.

E aqui eu tenho tinta, um tanto tinto
Meio tonta, qualquer filme, 
qualquer fazer.
Sou parte de nós 
e tenho, na embriaguez 
recordação no papel desalinhada.