quarta-feira, 22 de julho de 2015

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Amor entre barulhos

Nascemos desconhecidos, aprendemos que somos capazes de andar, seguimos passo após passo. Na infância os dias passam devagar, como se a vida adulta morasse em outra história. Mas quando chega a adolescência, quando nos damos conta de que a infância está indo embora... Um tanto astutos e as vezes meio desesperados, começamos a nos procurar. Chegam dias e noites cada vez mais presentes e cada vez mais de perto conseguimos nos sentir. Sentimos então o quanto somos felizes, o quanto somos tristes, o quanto de nós alcançamos e o quanto de nós deixamos no passado. E o passado cada vez mais vestido do que passamos a ser, fica em silêncio e as vezes grita quando se sente somado ao que construímos. E é quando buscamos numa daça (ninguém está olhando), quando sorrimos aos que nos rodeiam, quando abraçamos, quando reencontramos um amigo e conversamos durante horas... Nesses momentos somos o que viemos buscando desde sempre. Entre responsabilidades estabelecidas, entre barulhos do trânsito, noticiários, em meio ao "fetichismo do capitalismo" (diria Marx), e tantas outras máscaras que nos "forçamos" a vestir, no cotidiano, só pra nos dizermos FELIZES, nos esquecendo de detalhes que nos fazem bem. Tão simples seria não ligar ou diminuir as horas em frente a TV, desejar bom dia, abraçar amigos, sorrir de ida e de volta, esclarecer mal entendidos, explicar o que já está bem entendido (olhos nos olhos), buscar as próprias opiniões, respeitar e entender que o outro também tem as suas... Tenho a impressão de que de tanto olharmos o celular enxergamos cada vez mais o próprio nariz. O tempo está correndo e não quero perde-lo arrumando papeis. Quero encontrar tempo onde não tem: Dando meus passos tranquilos em meio as pessoas, perder-me em abraços, cantar pra ver se os males se espantam mesmo (rs). Nisto e em tanto mais está o amor, está o que tivemos quando tudo parecia leve.
Percebo o bem estar na poesia, em perfumes de jardins, em conversas sobre o pensar, em calçadas e praças, nos bons livros, na sobremesa (especialmente quando vem antes do almoço), no amor pelo que faz, prosa com estranhos... O amor está aí.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Imagem escrita

Queria muito ñ escrever mais emoções 
que teimam em escorrer da alma... 
É que escritos são fotografias. 
E nem todas as recordações me causam riso. 
Ah, não! Até o não querer, foi agora registrado. 
Devo então considerar nisto algo de alívio. 
A parte que de mim canta um sorriso rabiscado. 
Levo assim em conta toda a escultura no papel, 
a que parece estatizada. 
E de mim a dor levada, 
mostra apenas e em tanto 
a dor do riso deixando alma lavada.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O amor que te vi

Tão belos olhos
Os que me encorajam,
Quando me vê,
Me vem,
Me chama,
Me ama.

Tão bela a voz,
A que me fala,
Quando me cala,
Me acalma,
Me canta,
Me encanta.

Tão quente a pele
A que me toca,
Me aquece,
Me arrepia,
Me movimenta,

Delicado poeta
De força desconhecida
O que em ti vi
Quase me veio

Sorrisos soltos
Os que te preenchem
Parecem moldar-te
Fuga do que foi dor...

Equilíbrio em ondas
Que te leva a escolher
Olhos distantes
Vozes que enganam.

Tão incerto o tempo
O que te para
O que te leva
O que me deixa.