quinta-feira, 28 de maio de 2015

Arte destemida

Quando é possível destemer das coisas
É possível enxergar a arte
Aí vem a vida e abraça
E tudo que não é falta fica preenchido
E sempre há quem  note algum vazio
E alguma leveza sempre presente
na poesia, na fala, na falta, no ar...
Alguma arte pra curar esse excesso
de pensar

domingo, 24 de maio de 2015

O próprio abraço

Ela queria naquele momento
O olhar amigo, o amigo
em quem fosse e por mais
longe que estivesse...
Ela só queria o olhar
Ser escutada, percebida.

Um abraço a faria lembrar
da própria existência,
lembraria de alguma importância
que tivesse.
Mas suas palavras passavam
despercebidas, suas lágrimas
em silêncio bebidas

Não era de gritar com a voz
Mas gritou sozinha
Dessa vez gritou... Não
para paredes, mas pra si mesma
Em seguida abraçou-se.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Linhas insuficientes

O que seria do meu sorriso
Se não fosse a dureza do caminho?
O que seria desses meus derramamentos
- sorrisos e lagrimas- se não houvesse
em mim a persistência?

Não me disponho a estas angústias,
ou não deveria...
Me disponho ao encontro do que espero,
quando busco, quando sigo.

Sigo sem nunca sentir preenchimento bastante
Gosto desse quase preenchimento.
Mas transbordo quando sinto esse "quase".
Busco vida e isso é quase o suficiente.